De que forma o Intestino e o Autismo estão interligados?

Muitas vezes, o nosso corpo envia sinais de maneiras inesperadas, e no caso de crianças com o espetro do autismo, o intestino tem um papel fundamental. No artigo de hoje vamos explicar como estes dois conceitos se interligam e por que os pais devem estar atentos a alguns sintomas específicos que podem impactar diretamente a qualidade de vida dos mais pequenos.

É importante começar por explicar o que é isto do Transtorno do Espetro do Autismo.

O autismo é uma perturbação do desenvolvimento do cérebro, em que a pessoa tem dificuldade em comunicar e nas interações sociais. Pode afetar, por isso, o domínio social, da linguagem e comunicação, e do pensamento e comportamento. Um diagnóstico precoce e preciso é essencial para começar a trabalhar com a criança. 

É importante salientar que a consulta com um especialista é indispensável. Depois de feito o diagnóstico é que o nutricionista pode começar a intervir com a ajuda na alimentação. 

Qual é a conexão que existe entre o Intestino e o Autismo?

O intestino não é só responsável pela digestão. Ele é chamado de “segundo cérebro”, em que realmente tudo o que acontece num destes órgãos vai ter impacto no outro, quer positivamente, quer negativamente. Crianças com autismo, frequentemente, apresentam com saúde intestinal que merece atenção especial. 

Isto porquê? Alguns estudos sugerem que a microbioma – a flora intestinal – destas crianças pode ser diferente, e isso impacta não só a digestão, mas também a forma como o cérebro processa certos estímulos. 

Quais os sintomas relacionados que os pais devem estar atentos?

Esta é uma das perguntas que causa mais dúvidas nos pais. Existem alguns sintomas intestinais comuns em crianças com autismo.

  • Obstipação ou diarreia – se notar que o seu filho está constantemente a “lutar” para ir à casa de banho ou tem idas frequentes e desconfortáveis.
  • Gases e inchaço – As crianças podem não conseguir comunicar o quão desconfortáveis se sentem, alguns sinais que podem ajudar: contorcerem-se ou agarrarem-se com as mãos na barriga. 
  • Rejeição de alguns alimentos – Alimentos processados, ricos em açúcar ou aditivos podem agravar os sintomas gastrointestinais, principalmente em crianças com esta patologia. Quando a criança recusa frequentemente certos tipos de comida, e que pode não ser por uma questão de gosto. 

Estes sinais podem não só afetar o bem-estar físico do seu filho, mas também o emocional e o comportamental, como por exemplo hiperatividade, irritabilidade, alterações de humor constantes, sono excessivo, etc. 

A alimentação tem um papel fundamental em crianças com autismo. Alguns alimentos podem intensificar os sintomas e quando eles são retirados ou um planeamento alimentar correto, os autistas geralmente ficam mais calmos. Isto ocorre porque as crianças com esta patologia apresentam uma deficiência enzimática que inibe a digestão completa da proteína presente na soja, leite e trigo. 

Em conclusão, ter um intestino saudável é de extrema importância para a saúde em geral. Depois de diagnosticado o espetro do autismo, é recomendado consultar um nutricionista para fazer uma avaliação clínica completa e elaborar um plano alimentar adequado às necessidades individuais.

Na nossa equipa temos a nutricionista Maria, que é apaixonada pela área da saúde gastrointestinal.

Em 2021, teve o contacto com crianças portadoras de autismo e síndrome de Down, o que veio mudar a minha visão sobre a nutrição e perceber a importância do intestino nestas perturbações.

Para a Drª Maria Almeida “o nosso organismo funciona como um todo e o meu objetivo é ajudar-te a mantê-lo em equilíbrio.”